Você sabe o que é uma fossa séptica e quais são os impactos que ela tem no meio ambiente? Para ajudar você a entender melhor o assunto, listamos informações sobre como é o funcionamento desses equipamentos, bem como os cuidados que se deve ter com elas.
É sempre bom lembrar que a fossa séptica é uma solução paliativa para as regiões onde o serviço público de esgotamento sanitário ainda não está disponível. Em outros casos — principalmente em áreas rurais —, pode ser instalado um equipamento de fossa séptica biodigestora, em que ao final de um processo de tratamento por bactérias, o esgoto se transforma em água limpa não potável que pode ser usada para irrigação de alguns tipos de plantação ou até ser devolvida à natureza sem risco de contaminação do solo.
Confira agora as principais informações que você precisa ter sobre a fossa séptica. Boa leitura!
O que é uma fossa séptica?
Fossas sépticas podem ser consideradas como unidades que fazem o tratamento primário do esgoto doméstico. Embora seja uma alternativa para coletar os dejetos gerados na residência, ela deve ser tida como uma solução paliativa e temporária enquanto a ligação na rede de esgoto do município ainda não está disponível.
Ainda que a estrutura seja uma opção melhor do que o descarte do esgoto a céu aberto, a fossa não oferece a qualidade de tratamento que é oferecida por uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE).
Como a fossa séptica funciona?
O principal objetivo da fossa é receber e armazenar os esgotos por um determinado período de tempo. Assim, os sólidos se sedimentam no fundo da estrutura e a gordura contida no esgoto fica retida. Apesar de ser capaz de realizar um tratamento primário, a eficiência dele é baixa e limitada, de modo que, se for lançado na natureza, esse esgoto tem potencial de contaminar o solo e a água, além de gerar odores e aspecto desagradável.
No caso das fossas biodigestoras, que fazem um tratamento um pouco mais avançado do que a fossa séptica comum, vale ressaltar que só entram os dejetos que são provenientes do vaso sanitário. Dessa forma, a água que tem como origem os ralos e as pias deve seguir outro caminho. Isso se deve à possibilidade de a água que chega à fossa conter detergente e sabão — essas substâncias podem matar os micro-organismos que fazem a decomposição do esgoto.
Quando utilizar?
A fossa deve ser utilizada quando a rede de esgoto pública não está disponível. Com isso, evita-se que os dejetos sejam lançados nas vias públicas e corram a céu aberto, o que aumenta a proliferação e a transmissão de várias patologias, como febre tifoide, disenteria, cólera, hepatite infecciosa e outras dezenas de doenças que podem ser transmitidas a partir do contato com o esgoto sem tratamento — alguns dos problemas decorrentes da falta de saneamento. Com as fossas, é possível atenuar a agressividade das águas tanto para o meio ambiente quanto para a população.
Quais são os cuidados necessários?
Para que a fossa opere normalmente, é necessário fazer limpezas e manutenções regulares realizadas por empresas especializadas em limpeza e desentupimento. Com isso, várias doenças e problemas de saúde podem ser evitados, uma vez que diversas infecções se instalam a partir do contato humano com a água contaminada.
Desse modo, também se impede que os dejetos sejam jogados em rios ou no solo — o que poderia causar contaminação e impactar ecossistemas inteiros, com consequências para o meio ambiente e para a fauna e a flora local. Além disso, tanto a água quanto a lama da fossa devem ser retiradas com regularidade. O procedimento é indicado a cada 6 meses.
É importante que o trabalho seja feito por uma empresa especializada, uma vez que é necessário utilizar ferramentas e equipamentos próprios e adequados para que a sucção dos dejetos aconteça da forma correta. Ao escolher a empresa, é importante verificar se ela é certificada e especializada na área para garantir as boas práticas.
Para que o sistema tenha o desempenho esperado, também é necessário se atentar às manutenções. Para começar, você precisa ter um registro atualizado de limpezas, manutenções e inspeções, incluindo sempre o nome, o telefone e o endereço dos técnicos responsáveis pela limpeza.
Além disso, certifique-se de que a área que está sobre a fossa esteja sempre limpa. Apenas grama ou relva são permitidas, já que os arbustos e as árvores podem danificar os drenos.
Além disso, evite:
- estacionar automóveis no local ou mesmo deixar equipamentos pesados nesta área;
- contar com plantas de raiz que sejam profundas em áreas próximas;
- planejar a construção de piscinas e calçadas nas proximidades da fossa;
- despejar no sistema muita água ou permitir que a chuva entre;
- despejar materiais que não sejam biodegradáveis, como absorventes, papel higiênico e guardanapos — já que eles podem
- entupir o sistema e causar enormes transtornos;
- descartar óleos no ralo, uma vez que os materiais se solidificam e entopem o campo de absorção;
- permitir que pesticidas, óleos de motor, fertilizantes e tintas entrem no sistema, já que podem atravessar e contaminar o terreno.
Quais são os impactos da fossa séptica no meio ambiente?
Os impactos das fossas dependem dos modelos adotados. No caso da biodigestora, o efluente é reciclável. Dessa forma, não é necessário retirar os dejetos — e esse tipo de fossa não conta com a proliferação de vetores. Por fim, é possível fazer a vedação hermética.
A fossa tradicional precisa que os dejetos sejam retirados e direcionados para uma estação de tratamento, tem odor desagradável e o efluente não é reciclável. Vale lembrar também que há o modelo de fossa rudimentar, que tem a capacidade de contaminar as águas superficiais e subterrâneas.
Em todo o caso, conectar-se ao sistema público de esgotamento sanitário, quando disponível, reduz os riscos de contaminação, bem como a necessidade de fazer manutenções e limpezas regulares na estrutura da fossa.
Embora existam modelos interessantes de fossa séptica, que diminuem o impacto do esgoto a céu aberto, elas devem ser encaradas como soluções paliativas para a ausência do serviço público.
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